Amigos, é claro que não falta assunto para preencher páginas e páginas, mas, às vezes, me acontece de não saber sobre o que escrever.
Geralmente o motivo é alguma coisa que estou lendo que passa adiante de minha vontade de emitir minha opinião, porque escrever é sempre emitir uma opinião, aí então viro copista, e transcrevo aquilo que estou lendo.
É com prazer que hoje vou repassar-lhes um pouco do livro de João Lins de Albuquerque sobre o escritor Antonio Olinto, recém falecido aos 90 anos, que dedicou sua vida a defesa da língua portuguesa e das culturas brasileira e africana.
“Antonio Olinto, memórias póstumas de um imortal”, editora Cultura.
“Para encarar a vida como ela é, temos que estar interessados numa miríade de coisas: na comunidade em que vivemos, no nosso país, na mulher que amamos, nos amigos que temos, no lugar onde moramos, nos parentes que nos rodeiam. O interesse pela vida deve ser total. Isso significa dizer, no bom sentido da palavra, que você “se entrega à vida”.
Quando se começa a fugir, se esconder, economizar palavras, abandonar a participação na vida social, então você começa a diminuir também sua força mental e física. O que mata e envelhece precocemente é a falta de entusiasmo e de amor, a ambição desenfreada, as frustrações, o desleixo e o ódio. São essas coisas que destroem o mundo e enfraquecem os homens.”
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“Roberto Campos escrevia muito bem, era um ícone da direita, sua autobiografia, “A lanterna na popa” é quase um clássico, uma obra sobre o Brasil.
Era um grande criador de frases como: Há três maneiras de um homem conhecer a ruína: a mais rápida é pelo jogo, a mais agradável é com as mulheres, a mais segura é seguindo o conselho dos economistas. Ele era economista.”
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Recebo um cartão de natal do poeta Carlos Vogt, aproveito e copio alguns de anos passados:
- “Lição de autonomia
- De um laço no sapato
- passe o cordão pelo fato
- de que assim amarrado ao pé
- forma com ele um conjunto
- de pé calçado com pé
- Alegoria
- Quem foi rei
- nunca perde
- a realidade
- Medo
- Quanto segredo
- se pede
- para esperar
- em segredo?
- Cancioneiro do tempo
- Quem parte leva saudades
- quem fica em saudades mora
- ficar é mover cidades
- partir é não ir embora
- Esperança
- Quantas faces tem
- o medo
- da face única
- do medo?
- Ultra-realismo
- A vida
- limita
- a arte
- Clichês
- A propósito do amor
- dois pontos:
- o amor ao amor excede
- salvo as exceções de praxe
- inscritas na prosa
- da sintaxe;
- uma mão lava a outra
- a que condena e a que afaga
- o amor
- o amor renova
- o amor
- com amor se apaga.”
(Carlos Vogt)